segunda-feira, 4 de março de 2013

Meritocracia, eugenia e afins...




Por Francisco Antero
Inclusp e Pimesp, faces da mesma moeda.
 
 
Os eugenistas de São Paulo tem medo. Muito medo da pluraridade. Medo de seus filhos alvos serem alvos da concorrência preta. Medo da onda negra.
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Criaram um tal de Pimesp (Programa de Inclusão com Mérito no Ensino Superior Público Paulista), o qual o governo e a três excludentes USP, Unesp e Unicamp juram que nos colocará na quietude. Uma proposta que na minha modesta opinião objetiva convencer o aluno negro, o aluno pobre a seguir outro rumo.
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Ao final de no mínimo 2 anos este tal de College produto deste Pimesp a grande dúvida a pairar sobre o aluno é: Ficar mais 6 anos num curso integral de medicina na USP ou com este canudo de "capacitação profissional" abraçar aquele emprego que apareceu como um milagre o qual pagará por volta de no máximo R$ 2.000,00. Com esses R$ 2.000,00 garantirá a compra de uma imóvel ou início de um aluguel. Tal morada ficará localizada com muita sorte a uma hora de condução das zonas centrais de São Paulo (Mas que ele não se preocupe, pois em 2.054 o governo eugenista de São Paulo entregará a sonhada linha de metrô a passar próximo a casa do nosso quase-médico.) Tal forçada formação o fará esquecer o sonho de ser um médico.
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Neste imbróglio todo, há os equivocados que dizem sermos radicais(o alvo desta acusação é a Frente Pró-cotas de SP), dizem que não queremos diálogo a fim de “melhorar” a proposta do governo.
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Agora eu pergunto: O que vem a ser este “melhorar” apregoado pelos militantes que defendem o diálogo? Diminuir a agonia de 2 anos para 1 ano? Diminuir a nota mínima de 7 para 6 para adentrar numa faculdade após o College (sim, porque até nota mínima tem esse College)?
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Melhorar para mim é simplesmente rasgar a proposta do Pimesp e colocar em prática o sistema de cotas raciais como já vem ocorrendo nos últimos 10 anos em mais de 80 universidades públicas por todo o país.
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Agora bateu uma curiosidade dos que defendem “melhorar” o Pimesp. O que vem a ser, na ótica dos defensores do diálogo com o governo de São Paulo, “melhorar” o Pimesp?
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Essa proposta me lembra os escravocratas no século XIX que ao invés de abolir a escravidão ficavam criando fases para evitar o inevitável. Ali, num primeiro momento aprovaram a Lei do Ventre Livre, depois aprovaram a Lei dos Sexagenários, depois a Lei Áurea.
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Aqui em São Paulo, o filme não muda, só muda a face das personagens, mas a alma é a mesma. O desejo da restauração, a cultura de exclusão, enfim, o medo da onda negra é o mesmo. Aqui, num primeiro momento criaram o tal de Inclusp, lembram do Inclusp? O Inclusp se mostrou um verdadeiro fracasso de inclusão de pobres e de negros nos cursos mais procurados da USP. Agora tentam convencer que o melhor é este tal de College.
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Ainda estou curioso hein!!!!! Quero saber o que vem a ser “melhorar” o Pimesp. Algum defensor desta “melhora” dentre os meus amigos e amigas ou qualquer outra pessoa pode sugerir o que vem a ser esta tal de “melhora”?
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No aguardo.
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Francisco Antero.

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