Meritocracia, eugenia e afins...
Por Francisco Antero
Inclusp e Pimesp, faces da mesma moeda.
Os eugenistas de São Paulo tem medo. Muito medo da pluraridade. Medo de
seus filhos alvos serem alvos da concorrência preta. Medo da onda
negra.
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Criaram um tal de
Pimesp (Programa de Inclusão com Mérito no Ensino Superior Público
Paulista), o qual o governo e a três excludentes USP, Unesp e Unicamp
juram que nos colocará na quietude. Uma proposta que na minha modesta
opinião objetiva convencer o aluno negro, o aluno pobre a seguir outro
rumo.
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Ao final de no mínimo 2 anos este tal de College produto
deste Pimesp a grande dúvida a pairar sobre o aluno é: Ficar mais 6
anos num curso integral de medicina na USP ou com este canudo de
"capacitação profissional" abraçar aquele emprego que apareceu como um
milagre o qual pagará por volta de no máximo R$ 2.000,00. Com esses R$
2.000,00 garantirá a compra de uma imóvel ou início de um aluguel. Tal
morada ficará localizada com muita sorte a uma hora de condução das
zonas centrais de São Paulo (Mas que ele não se preocupe, pois em 2.054 o
governo eugenista de São Paulo entregará a sonhada linha de metrô a
passar próximo a casa do nosso quase-médico.) Tal forçada formação o
fará esquecer o sonho de ser um médico.
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Neste imbróglio todo,
há os equivocados que dizem sermos radicais(o alvo desta acusação é a
Frente Pró-cotas de SP), dizem que não queremos diálogo a fim de
“melhorar” a proposta do governo.
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Agora eu pergunto: O que vem
a ser este “melhorar” apregoado pelos militantes que defendem o
diálogo? Diminuir a agonia de 2 anos para 1 ano? Diminuir a nota mínima
de 7 para 6 para adentrar numa faculdade após o College (sim, porque até
nota mínima tem esse College)?
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Melhorar para mim é
simplesmente rasgar a proposta do Pimesp e colocar em prática o sistema
de cotas raciais como já vem ocorrendo nos últimos 10 anos em mais de 80
universidades públicas por todo o país.
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Agora bateu uma
curiosidade dos que defendem “melhorar” o Pimesp. O que vem a ser, na
ótica dos defensores do diálogo com o governo de São Paulo, “melhorar” o
Pimesp?
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Essa proposta me lembra os escravocratas no século
XIX que ao invés de abolir a escravidão ficavam criando fases para
evitar o inevitável. Ali, num primeiro momento aprovaram a Lei do Ventre
Livre, depois aprovaram a Lei dos Sexagenários, depois a Lei Áurea.
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Aqui em São Paulo, o filme não muda, só muda a face das personagens,
mas a alma é a mesma. O desejo da restauração, a cultura de exclusão,
enfim, o medo da onda negra é o mesmo. Aqui, num primeiro momento
criaram o tal de Inclusp, lembram do Inclusp? O Inclusp se mostrou um
verdadeiro fracasso de inclusão de pobres e de negros nos cursos mais
procurados da USP. Agora tentam convencer que o melhor é este tal de
College.
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Ainda estou curioso hein!!!!! Quero saber o que vem a
ser “melhorar” o Pimesp. Algum defensor desta “melhora” dentre os meus
amigos e amigas ou qualquer outra pessoa pode sugerir o que vem a ser
esta tal de “melhora”?
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No aguardo.
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Francisco Antero.
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