terça-feira, 25 de junho de 2013

Projeto Coletivo Kurima






(Santa Catarina) Projeto Coletivo Kurima comemora dois anos com programação cultural na Universidade Federal de Santa Catarina

Para comemorar os dois anos do projeto Coletivo Kurima – Estudantes Negros e Negras da UFSC, a Secretaria de Cultura (SeCult) da Universidade Federal de Santa Catarina promove no dia 28 de junho, sexta-feira, o Café Ndimba. O evento é uma parceria com o projeto Cine Paredão e será realizado às 20h, no Tempo Ecumênico da UFSC.






Lélia Gonzalez! Magnífica inspiração


Lélia Gonzalez, foi a responsável pela introdução do debate sobre o racismo nas universidades brasileiras e uma das fundadoras do Movimento Negro Unificado (MNU). Participou da criação do Instituto de Pesquisas das Culturas Negras (IPCN-RJ), do Nzinga Coletivo de Mulheres Negras-RJ e do Olodum-BA.

Até a metade dos anos 80, Lélia talvez tenha sido a militante negra que mais participou de seminários e congressos dentro e fora do Brasil.




Suas contribuições de maior impacto foram as que buscaram articular as questões de gênero e racismo. Um de seus textos mais emblemáticos é Racismo e Sexismo na Cultura Brasileira.

" Me graduei em história e filosofia. Fiz mestrado em comunicação, e doutorado em antropologia. Nada mal para uma ex babá."

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Lindo de se ver...


  •  O Diretor Executivo do UNFPA, Dr Babatunde Osotimehin, visitou na tarde de ontem (20) a Mãe Stella de Oxossi, a ialorixá do terreiro Ilê Axé Opó Afonjá e a mais prestigiada líder de religião afro-brasileira da Bahia.

Durante o encontro, eles conversaram em Iorubá, língua falada na África Ocidental em países como a Nigéria, e também usada em rituais de Candomblé, a religião afro-brasileira que teve origem na Bahia com base em tradições de sacerdotes africanos que foram escravizados e trazidos ao Brasil entre os Séculos 16 e 19.

Acontece

Nelson Mandela em estado crítico!



"A condição do ex-presidente Nelson Mandela, que ainda está no hospital, em Pretória, tornou-se crítica," Mac Maharaj, disse em um comunicado.

Ele disse que o presidente Jacob Zuma e o ANC Vice-Presidente Cyril Ramaphosa visitaram Mandela no domingo à noite.

"Eles foram informados pela equipe médica que a condição do ex-presidente tornou-se crítica nas últimas 24 horas."

Zuma e Ramaphosa também se encontraram com a esposa de Mandela, Graça Machel para discutir a condição de Mandela.

"Os médicos estão fazendo todo o possível para melhorar sua saúde e garante que Madiba está sendo bem cuidado ",
disse Zuma, o presidente da Africa do Sul.

"Ele está em boas mãos."

Zuma apelou aos sul-africanos para que continuem orando por Mandela, e para a equipe médica que o está assistindo. -

fonte: Mail & Guardian

Bora Juventude!!!!!!

domingo, 23 de junho de 2013

Revolta dos Turbantes afirma reivindicações da população negra em manifestaçãao histórica no Rio de Janeiro

TEXTO Vilma Neres ǁ FOTOS Antonio Terra
“ Quero cotas iguais e não diferentes! (…) Essa reparação já passou da hora, não desisto, pois eu sou um negro quilombola. A força do Ilê nos conduz nessa trajetória. Esse país aqui foi feito por nós, ninguém vai mudar ou calar a nossa voz! (…)”
O trecho acima da música “A bola da vez” do Ilê Aiyê noticia o sentimento do grupo “Revolta dos Turbantes”, formado por estudantes, professores, fotógrafos, jornalistas, cientistas sociais, geógrafos etc., sendo todos esses jovens e adultos negros* participaram do último protesto sucedido no dia 20 de junho de 2013 na cidade do Rio de Janeiro, em afirmação e reivindicação das pautas de demandas da população negra local. Sensibilizados com a falta de representação de pessoas nas últimas manifestações em favor das questões que atingem essa população, um grupo de aproximadamente 200 pessoas juntou-se ao mar de gente que cobria as quatro pistas de trânsito numa extensão de 3,5 km da Avenida Presidente Vargas.
“Revolta dos Turbantes” formaliza o encontro entre jovens e adultos. Alguns desses, a exemplo de Adélia Azevedo, os fotógrafos Januário Garcia, José Andrade e do produtor audiovisual Umberto Alves, também foram às ruas durante o regime militar, protestaram a favor das Diretas Já e pelo impeachment de Collor, em 1992. Esse encontro, consolidado no dia 20, foi político. Inicialmente motivado pelos jovens, Júlio Vitor e Rodrigo Reduzino, através do facebook e mais efetivamente no dia 19 em uma reunião presencial sediada no pátio do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro – IFCS/ UFRJ, Centro da cidade.  “Revolta dos Turbantes” caracteriza um encontro também simbólico e estético, em que quase todos adornaram suas cabeças com turbantes em valorização da ancestralidade africana. Do mesmo modo que representa o grito pelas demandas da população negra, iniciado defronte à Igreja da Candelária, onde velas foram acesas em memória dos jovens mortos durante a chacina de 1993.
A lista de pautas exigidas, ao Estado e à sociedade brasileira, espelha a invisibilidade de negros e a violação de seus direitos nos mais diversos setores do país. Essas reivindicações abarcam até mesmo os direitos fundamentais, ainda inexistes em algumas regiões do país, como o acesso à saúde, educação e moradia digna. Entre outras demandas específicas da população negra, como em apoio a PEC das domésticas; contra o extermínio da juventude negra; pela demarcação e titulação das terras de Quilombo e Indígenas; pela efetivação da Lei 10.639/2003 e 11.645/2008 que instituem o ensino da história africana, afrobrasileira e indígena no currículo escolar; respeito às religiosidades de matriz africana; pelo acesso à renda e ao mercado de trabalho; contra a remoção de famílias em áreas onde há especulação imobiliária; contra o Estatuto do Nascituro; pela desmilitarização da PM; contra a redução da maioridade penal; pelo fim do racismo no SUS.
O fotógrafo José Andrade (Zezzynho), também militante desde os idos do regime militar relembrou emocionado a manifestação de 1988 durante o Centenário da Abolição, em que foram impedidos de ultrapassar o monumento Pantheon Duque de Caxias, localizado na Avenida Presidente Vargas. “Esse grupo de jovens, que ordeiramente acompanhou toda a manifestação, com palavras de ordem as quais de desejo e de desabafo sobre o sistema, deu essa resposta ao atravessarmos o Pantheon”, conta. Disse ainda se sentir com a alma lavada e a sensação de dever cumprido com a Revolta dos Turbantes. Andrade citou alguns nomes dos que eram jovens naquela época e que se fizeram presentes nessa última manifestação, a exemplo de Marcos Romão, Januário Garcia, Adélia Azevedo, Spirito Santo, Aderaldo Gil, e mais alguns outros que estiveram presente compartilharam esse momento.
Assim como os demais manifestantes que coloriram a Avenida Presidente Vargas no início da noite do dia 20, durante o ato da “Revolta dos Turbantes” foram entoadas as seguintes mensagens, direcionadas aos demais manifestantes que lá protestavam por causas específicas, não somente pelo direito ao passe livre:
" Eu não sou bunda, eu não sou peito! Mulher Preta pede respeito!"

"A polícia mata Preto!"

'O Estado mata Preto!"

"Quem não pula é racista!"

"Vem, vem, vem pra rua contra o racismo!"

Até quando?

Imagens da manifestação em Cabo Frio










terça-feira, 18 de junho de 2013

Pro dia nascer feliz!!





Eu estou feliz. Voces, jovens e aguerridos manifestantes, fizeram meu coração rejuvenescer mais de 20 anos. Eu voltei no tempo, e sorri, e chorei, e pensei onde foi que nós erramos, e pensei que nem esperava mais ver uma lindeza destas, no meio de tanta informação e esquecimento do que realmente é importante. Eu pensei que nossos jovens tivessem uma massa de informação diferente, sem ideologia. Eu estou muito feliz por ter errado. Voces são lindos, fortes, valentes, inteligentes, articulados. Lamento muito pelas depredações e pelas vítimas, civis e militares. Acho até que algo pode ter sido orquestrado. Acho mesmo que exista uma mobilização para desqualificar os protestos. Mas minha maior alegria hoje é ver que voces jovens estudantes e trabalhadores, diferentemente do que foi planejado pela lógica perversa do sistema, não caíram na esparrela da alienação imposta pela aculturação, o consumismo, a mídia sem conteúdo. Que Deus proteja a todos voces, que retornem aos seus lares em segurança. Que aqueles que se viram impedidos de retornarem do trabalho em virtude dos protestos, também cheguem em casa em segurança. Entendam: era necessário. Que todos nós tenhamos uma boa noite. E como cantou o poeta da minha geração, é pro dia nascer feliz!





segunda-feira, 17 de junho de 2013

Reunião do CENIERJ em Itaocara foi demonstração de construção, força e determinação!

A reunião de avaliação do 48 Encontro do CENIERJ, aconteceu no último final de semana na linda e acolhedora cidade de Itaocara. As lideranças de várias entidades de Movimento Negro foram recepcionadas pela presidente do CENIERJ Ivonete Mendonça, e pelos briosos e estóicos Marechal e Marcelo, presidente e vice presidente do Movimento Negro de Itaocara, respectivamentes.
Num ambiente bucólico e muito acolhedor, as instalações do Hotel Zezé, tendo a frente a socióloga Thereza, remetiam a todos os presentes a lembranças de um Brasil colonial, o que para o povo negro, em si, já foi extremamente inspirador.
Tendo como pauta, além da avaliação, novas propostas de construção e mobilização, além das questões que cada entidade vem atravessando em seus municípios de origem, o foco na produção de projetos para nossos jovens negros foi tema que permeou todas as falas. Na oportunidade, o GRIOT, instituição de Arraial do Cabo que atua com cultura, arte e educação afro-brasileira, foi aceito pela plenária como novo membro do CENIERJ, conforme rege o Estatuto.
A verdade é que hoje está sendo quantificado o número de extermínio de jovens negros no Brasil, realidade perversa produzida pela ausencia de verdadeiro interesse do poder público para resolver o cerne desta questão, que é de nosso conhecimento desde sempre. Esta é a nossa realidade.
Escrevendo estas linhas num momento em que me sinto orgulhosa pelo poder de articulação política apartidária dos jovens no Brasil inteiro, que demonstram de maneira clara que a alienação proposta fracassou, ouso afirmar que nossa militância construída ao longo de dolorosos anos de muita luta e muita indignação não existe em vão. Precisamos viver uma nova maneira de pensar e respeitar.
Avante, CENIERJ.
Estamos no caminho certo!

Professor Maurício, Movimento Negro de Saquarema

Nesta foto Eliane de Friburgo (ao centro) ao lado de sua irmã Ilma,analisa documentos. Contribuição criteriosa e inteligente, sobre a questão estatutária do Conselho de Entidades Negras do Interior do Estado do Rio deJaneiro. A direita, nosso poeta cabofriense Manoel Justino.



Na foto João Leite do Movimento Negro de Caxias, usa palavra sob o olhar atento da mesa dirigente dos trabalhos. Aglaia Olegário, secretariando com muita competencia a reunião.




Uma plenária bastante descontraída produziu um grande momento na proposta de reconstrução do CENIERJ



Diretoria do Movimento Negro de Arraial do Cabo



João Félix,além de representante do MCPCN também recebeu a delegação de Movimento de Concientização de Volta Rendonda para representar aquele Município. Na foto, ao lado de representantes de Saquarema e Nova Friburgo.





Margareth Ferreira e Josimaria,atentas e descontraidas,participaram da reunião de Itaocara contribuindo de forma incansável. Novos rumos calcados em grandes vivencias.

 
 A impagável elegancia do companheiro Americano, do Movimento Negro de Mesquita,  com seu poder da palavra certa e seu bom humor contagiante.

 
 Marechal, presidente do Movimento Negro de Itaocara. Um homem de palavra firme, de conduta séria, companheiro inestimável nesta nossa caminhada no CENIERJ. Obrigada pela excelente recepção, acolhedora e muito produtiva.



Ao centro, Ivonete Mendonça, presidente do CENIERJ. Incansável na luta pelo resgate das nossas tradições, mas com foco no trabalho forte para a construção de um futuro melhor para o nosso povo.






























domingo, 16 de junho de 2013

Uma foto 3x4 do protesto em São Paulo: a prisão de uma mulher negra!











Relato da própria: Ontem o protesto começou com muita energia positiva, " O povo acordou". Enquanto eu gravava um video foi pega por tres policiais;dois homens e uma mulher. Perguntei pq eu estava sendo pega e alegaram desacato. Do meu lado havia uma menina branca apontando o dedo na cara dos policiais, mas eu fui pega. Me jogarao no caminhao do choque e la dentro me baterao muito. Tanto da feminina, quanto dos dois policiais. Depois de um tempo com eles me levaram p viatura. Chegando na DP, passei na frente por ser um "frango" que estava com o choque. Nao tenho passagem e fui liberada apos dois minito da minha chegada. Nao consegui fazer o B.O contra meus agressores, pois estavam dando prioridade aos presos e nao as vitimas. Fui pega por ser negra e mulher. Obrigada senhor alckimin, sua ordem foi efetuada com sucesso." #SãoPauloAcordou
— com Micaela Cyrino.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Eu já vi o Rio assim...



Eu já vi o Rio assim.
Eu tinha 15, 16, 17, 18, 20 anos... Eu estava lá, para pedir providências pela seca no nordeste, para ver Lula e Brizola discursando. Eu me arrepiava, me emocionava, bebia naquela fonte. Eu ouvi Abdias, suas palavras nortearam minha militancia.
Eu fui cara pintada, eu pedi impeachment, eu gritei Diretas Já!
A gente gritava palavras de ordem, a gente cantava, a gente chorava junto.
Líamos. Líamos muito. Não havia internet. A gente se indignava, e tirava a bunda de casa para protestar. E éramos muito, muito jovens.
Não diferíamos em nada do que se espera viver na juventude: os points, os amigos, as farras, o namoro, a praia. Não éramos ETs. Só que crescemos ouvindo Legião, Capital, Paralamas, Barão. Haviam poetas entre nós. E íamos ao samba. E passamos a infancia ouvindo Alcione, Bezerra, João Nogueira, Clara Nunes, Elis, Cartola. Verdade. A gente se alimentava culturalmente de forma muito rica.
A escola pública era uma referencia. O salário mínimo tentava ainda dar dignidade mínima.
Não aceitávamos meias palavras, nem meias verdades. Éramos muito mais corajosos, a gente sabia que tinha alguma força, e ela era poderosa. Tiramos o playboy da presidencia. Foi muito foda.
E, de repente, tudo mudou.
Os anos foram passando, e a gente não conseguiu conter as coisas. E o salário mínimo deu vez a renda familiar. E os namoros perderam o glamour. E a escola virou uma fábrica de idiotas, onde não há conteúdo e professor apanha na cara. E a Valesca Popozuda virou referência. E as meninas foram engravidando cada vez mais cedo. E os meninos foram pegando em armas, sem jamais ouvir falar em ideologia. E a merda tá fedendo demais. Vivemos na guerra urbana declarada. E somos uns bananas. E os 'caras' estão fazendo  que querem, na nossa cara, e ninguém faz nada...
Podem me execrar, to nem aí, mas eu, Andrea Tinoco, estou feliz demais por estas manifestações no Rio e em São paulo. Nem tudo está perdido. Tem uma galera aguerrida, articulada, jovem, inteligente, que está dizendo: BASTA! Vai ter que quebrar muito ovo pra fazer essa omelete, mas essa chacoalhada está sendo uma beleza. Certamente, a esta hora tem muito vilão com medo de perder  moeda que garante a farra: o voto.
Sei que tem muito cara pintada que alcançou algumas metas pessoais, e que hoje está mais preocupado com o conforto de sua família. Natural. A idade faz isso com a gente. Chamam de maturidade, pra maquiar o conformismo. Eu já não aguento uma manifestação deste porte, a dor na lombar já não me deixa correr de meganha (quem aí lembra de chamar de meganha?).
Mas estou feliz, pois estas imagens me mostram que a gente está respirando, que tem uma juventude mais preocupada em mudar o mundo do que em 'causar' na academia.
E, o melhor da história: esses caras vão ter que recuar. A matilha está se unindo.
Imaginem só se eles soubessem que aqui em nossa região o papo é R$ 4,00...



Nelson Mandela: precisamos de voce!









 
No dia 11 de fevereiro de 1990, Nelson Mandela foi libertado da prisão de Victor Verster em Paarl. O evento foi transmitido ao vivo em todo o mundo.

No dia da sua libertação, Mandela fez um discurso à nação. Ele declarou seu compromisso com a paz e a reconciliação com a minoria branca do país, mas deixou claro que a luta armada ainda não havia terminado:



"Nossa opção pela luta armada em 1960 com a formação da ala militar do ANC (Umkhonto we Sizwe) foi uma ação puramente de defesa contra a violência do apartheid. Os fatores que implicam a luta armada ainda existem hoje. Nós não temos nenhuma opção a não ser continuar. Expressamos a esperança de que um clima propício para uma solução negociada seja criado em breve, de modo que não se tenha mais a necessidade da luta armada ".

Mandela disse que seu principal objetivo era trazer a paz para a maioria negra e dar-lhes o direito ao voto nas eleições nacionais e locais.

*Umkhonto we Sizwe - braço armado do ANC ( African National Congress ), com o objetivo de combater o governo segregacionista.

Em homenagem a Nelson Mandela, Nina Simone e Miriam Makeba gravaram um dueto, "Thulasizwe / I Shall Be Released".

Não dá pra esquecer...

No dia 04 de abril de 1963, a estudante universitária Dorothy Bell, com 19 anos, aguarda para ser atendida em uma lanchonete de Birmingham, Alabama.

O serviço nunca veio, e mais tarde ela e outras 20 pessoas foram presas por infringir a lei.


 

SEPPIR prorroga até 18 de junho o prazo para inscrição de projetos com enfoque nos povos e comunidades tradicionais de matriz africana



Chamada Pública disponibiliza R$ 1,1 milhão e é voltada para instituições privadas sem fins lucrativos. As propostas devem ser inscritas no SICONV (www.convenios.gov.br)
O prazo de envio de propostas para o Fortalecimento Institucional das Entidades Representativas dos Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana no Brasil – que é o foco da chamada pública n° 001/2013, lançada pela Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR) – foi ampliado para 18 de junho de 2013 (terça-feira), conforme publicado no Diário Oficial da União do último dia 12 de junho. Acesse a Chamada Pública aqui.

Com a alteração do prazo para envio de projetos, outras datas ficam também modificadas: 27 de junho (data limite para análise das propostas por parte da Comissão de Avaliação); 29 de junho (divulgação das propostas Habilitadas no Diário Oficial da União e na rede mundial de computadores); 03 de julho (data limite para interposição de recursos quanto ao Resultado da Habilitação); 10 de julho (data limite para avaliação/análise dos recursos); e 12 de julho (publicação do Resultado da Pré-Seleção no Diário Oficial da União e na Internet).

O edital é voltado a instituições privadas sem fins lucrativos e vai disponibilizar R$ 1,1 milhão para propostas que tenham como objetivo promover e divulgar a cultura e os valores civilizatórios dos povos e comunidades tradicionais de matriz africana e; fortalecer institucionalmente suas organizações representativas.

Serão contempladas quatro linhas temáticas: 1) Capacitação: formação em (i) criação e gestão de associações, (ii) gestão de projetos, (iii) acesso às políticas sociais ou (iv) legislação voltada aos povos e comunidades tradicionais e direitos humanos; 2) Educação Ambiental: atividades de difusão, formação e articulação de educação ambiental para a garantia de uma relação sustentável das práticas tradicionais; 3) Práticas Tradicionais Alimentares e de Saúde: atividades de valorização, registro e resgate da alimentação tradicional e das práticas tradicionais de saúde. 4) Intercâmbio e Fortalecimento Cultural: (i) oficinas de transmissão de conhecimentos e práticas tradicionais e (ii) atividades que promovam a troca, a interação e a atuação em rede no Brasil envolvendo as principais matrizes africanas aqui preservadas: Banto, Yorubá e Ewe Fon.

As instituições proponentes devem ser cadastradas, credenciadas e apresentar proposta no Portal de Convênios – SICONV (www.convenios.gov.br), junto ao Órgão 20126 – Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Programa 202620130001, Chamada Pública 001/2013.

Combate ao racismo – Em 2007, o Decreto nº 6.040, de 07 de fevereiro, instituiu a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais, definidos como grupos que se organizam a partir dos valores civilizatórios e da cosmovisão trazidos para o país por africanos para cá, transladados durante o sistema escravista, o que possibilitou um contínuo civilizatório africano no Brasil e a constituição de territórios próprios caracterizados pela vivência comunitária, pelo acolhimento e pela prestação de serviços à comunidade.

No entanto, ao mesmo tempo, esses territórios tradicionais e suas lideranças são alvo de violência constante, o que resulta em uma situação de extrema vulnerabilidade social e na consequente necessidade da formulação de políticas públicas.

O lançamento da chamada pública é uma das metas previstas no I Plano Nacional de Desenvolvimento Sustentável para Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana, lançado em janeiro, como resultado de uma ação interministerial e intersetorial coordenada pela SEPPIR, visando ao combate ao racismo e à defesa da ancestralidade africana no Brasil.

SEPPIR e CNPIR lançam identidade visual da III Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial

Inspirada no tema central do evento, a marca prioriza a plasticidade e versatilidade das formas do Brasil, considerando conceitos como desenvolvimento, nacionalidade, futuro, combate ao racismo, transformação, movimento e construção coletiva.
 



A Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR) e o Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial (CNPIR) lançam hoje (13/06), a identidade visual da III Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial – III CONAPIR, que acontece entre os dias 5 e 7 de novembro, em Brasília-DF.
Inspirada no tema do evento, “Democracia e Desenvolvimento sem Racismo: Por um Brasil Afirmativo”, a marca poderá ser utilizada nas etapas estaduais e municiais e já está disponível na página eletrônica da SEPPIR.
Para orientar a utilização da identidade, a SEPPIR produziu um manual que apresenta normas e diretrizes da correta aplicação da marca nos materiais impressos e virtuais de publicidade, promoção e divulgação do evento, pelos diversos parceiros e atores sociais envolvidos na realização da III CONAPIR.
O objetivo é contribuir para a divulgação da conferência de maneira coerente e alinhada, em todos as suas etapas de realização.
A identidade visual foi criada considerando os conceitos de desenvolvimento, nacionalidade, futuro, combate ao racismo, transformação, movimento e construção coletiva, priorizando a plasticidade e versatilidade das formas do Brasil.
Por meio de um mapa estilizado, a logomarca busca retratar o Brasil com sua diversidade de identidades e expressões culturais, na perspectiva de movimento para a construção de uma nação integrada, afirmativa, inclusiva, democrática e pluralista.
A composição dos elementos em formas abstratas, coloridas e circulares, passa a ideia de movimento contínuo, caracterizando uma dinâmica que envolve a todas e a todos na tarefa de refletir e apontar caminhos para um novo modelo de desenvolvimento.
O debate centraliza a superação das desigualdades étnico-raciais e vislumbra um país que retrate sua diversidade também nos espaços de poder e de decisão.


Acontece

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Agentes negros de São Paulo vão criar Fórum Permanente de Cultura Negra

Ascom/FCP

A noite dessa segunda-feira, 3/5, em São Paulo, representou o início de um trabalho conjunto para formulação de políticas públicas para a arte e a cultura negra. Num encontro inédito, produtores culturais, artistas e militantes do Movimento Negro decidiram construir um Fórum Estadual Permanente de Cultura Negra, para traçar estratégias para ampliar o acesso dos afro-brasileiros aos mecanismos de fomento à cultura do Estado.
O presidente da Fundação Cultural Palmares participou dos debates que decidiram ainda pela criação de uma Conferência Livre de Cultura Negra, numa tentativa de reverter a suspensão dos editais para cultura afro-brasileira do MinC (Ministério da Cultura) em parceria com a SEPPIR (Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial). “É fundamental pensar o que nós podemos tirar desse episódio e como vamos e discutir as possíveis perdas de conquistas históricas, como no caso dos editais”, disse Hilton Cobra.
Também estiveram presentes nos debates a representante da FCP no Estado, Cidinha da Silva, integrantes do Fórum de Culturas Populares, da Frente Nacional de Mulheres do Hip Hop, do CULTNE (Acervo Digital de Cultura Negra Brasileira), da Rede de Empreendedores Artistas de Cultura Negra – Kultafro,  entre outros.
A atriz e produtora cultural Dirce Thomaz contou que a notícia sobre a suspensão dos editais negros do MinC foi um choque. “Estão testando nossa paciência, que já esta quase esgotada”, disse. “Não podemos deixar morrer, temos que tirar uma comissão local para discutir e fazer o intercâmbio com demais Estados. Somos nós os produtores negros quem temos que brigar”, completou.
Gilson Nunes Vitório, o Gilson Negão, responsável pelo CONEM (Coordenação das Entidades Negras) alertou que momentos como esse torna possível que “a gente consiga debater com a sociedade sobre o que representa essas políticas afirmativas e de igualdade racial para os negros brasileiros”.
“Não podemos deixar ser açoitados, instigados para reagir. Temos que estar preparados para essas situações de racismo. Somos mais de 50% da população brasileira”, ressaltou o produtor musical Haroldo Oliveira. O músico falou sobre a necessidade de desenvolver linhas de ação para fortalecer as iniciativas jurídicas e políticas contra a liminar maranhense. “Uma maneira de ocupar os espaços, as redes sociais, com um objeto de ação para bombardear os veículos de comunicação”, indicou.
Na opinião de Will Damas, essa é uma oportunidade para que os produtores culturais e o Movimento Negro pensem mais intensamente sobre os efeitos do racismo na sociedade. “Temos que dizer que essa sociedade é racista e nos reunir para discutir amplamente resolver as grandes questões, como essa, e não somente os pequenos problemas”, explicou.
Pauta das Conferências Nacionais – Em 2013, o Governo Federal planeja a realização de Conferências Nacionais de Igualdade Racial, Cultura e Educação. Nesse sentido, os participantes da reunião julgam ser o momento certo de construir uma pauta específica na área de políticas públicas e cultura. “O ideal é que a gente possa ter um discurso sobre os critérios que tem impedido os recursos para cultura negra serem acessados pelos produtores negros”, apontou Cida Bento, diretora executiva do CEERT (Centro de Estudo das Relações de Trabalho e Desigualdade).
Mapeamento da produção negra – Para Hilton Cobra existe uma necessidade de construir bases estatísticas sobre arte e cultura negra, construir um mapeamento sobre o que foi discutido até hoje sobre arte e cultura afro-brasileira. “Nesses 25 anos de FCP, temos que retirar tudo que foi realizado de bom e enriquecer os projetos que deram certos. Vamos reorganizar o que já pensamos para que seja transformado em políticas públicas”, pontuou.
Cursos de formação para os editais – Outro tema recorrente foi a necessidade de elaborar oficinas de formação para que os produtores possam participar dos editais do Governo Federal e consigam preparar o projeto e responder as necessidades técnicas, jurídicas e de prestação de contas que esses certames impõem.

Acontece

A face racista da miscigenação brasileira

Por Jarid Arraes


A questão da miscigenação racial no Brasil costuma ser muito simplificada e romantizada. Não é raro ouvirmos que o Brasil é um país mestiço e plural e que, consequentemente, todos os seus habitantes tiveram sua etnia inevitavelmente misturada em algum ponto de sua ancestralidade. Mas sob o axioma de um país miscigenado se esconde uma realidade violenta e racista: a generalização da branquitude em um país predominantemente negro.
Se todos os brasileiros são miscigenados e possuem sangue negro e indígena em suas veias, por que tantas pessoas resistem em reconhecer a própria ascendência? Acontece que a identificação social da pessoa negra no Brasil acontece diretamente devido ao tom da pele. O entendimento das pessoas a respeito da negritude é muitas vezes distorcido: mesmo que a família direta ou os pais de um indivíduo sejam negros, o que pesa para que essa pessoa seja reconhecida como negra é a cor da sua pele. Mesmo o tom escuro não é garantia de que alguém será visto como negro; basta lembrar de quantas vezes são adotados eufemismos como "moreno" para se referir a pessoas com a cor da pele escura, como se a palavra pudesse de algum modo reduzir a carga negativa que o termo "negro" parece ter.
Embora a sociedade nem sempre valide a negritude alheia, as pessoas costumam reconhecer essa mesma negritude em traços e características físicas, que são constantemente transformados em justificativas para o racismo e a violência. O nariz largo, os lábios grossos ou o cabelo crespo, popularmente conhecido como "cabelo ruim", são alvos de degradação e repúdio. É interessante lembrar que a África é um vasto continente com uma grande variedade de etnias, das quais não são todas que se encaixam no molde conhecido de "traços negros". Ainda assim, são essas as características interpretadas como negras e que acabam por fermentar o racismo em suas mais diversas formas.
Mesmo com tantas histórias de violência racista, muitas pessoas ainda se sentem inseguras quando questionadas sobre sua negritude. Na última semana, foi aberto um formulário de pesquisa voltado para pessoas miscigenadas e as respostas obtidas foram bastante similares entre si. Algumas pessoas dizem que não se sentem no direito de se afirmar como negras devido ao tom não tão escuro da sua pele. Muitas delas são descendentes diretas de negros, ou contam com parentes próximos negros, mas a afirmação racial simplesmente não acontece. Por um lado, essa é uma demonstração de respeito às pessoas negras de pele inquestionavelmente escura, que sofrem o racismo diário impassível de debates ou especulações – o racismo contra a pele escura e contra a aparência. Por outro lado, uma discussão séria e sensível se faz necessária: por que tanta gente afrodescendente não reconhece a própria negritude e não consegue afirmá-la de forma política e subjetiva?
Para os brasileiros, é melhor ser branco sempre que for possível. Se a pele não é escura o suficiente, ou se um dos pais é loiro de olhos azuis, então a pessoa é considerada branca, em uma tentativa incansável de clarear os descendentes, a família e a nação. Da mistura de raças, nasce o branco por consideração e, com isso, morrem a cultura, a religião e a identidade afrodescendente. A negritude e a cultura africana, com seus símbolos e tradições, se tornam cada vez mais algo do passado, de uma ancestralidade que é, na maioria esmagadora das vezes, totalmente desconhecida.
Mas os tópicos para debate não param por aí, pois não é o reconhecimento da identidade negra que fará uma pessoa ser negra. Mesmo que os seus pais ou os seus avós sejam negros, uma pessoa de pele branca e cabelo claro dificilmente sofre o racismo destinado às pessoas negras. É uma questão de bom senso: não há empatia em tomar uma afirmação política contra uma discriminação da qual você não é vítima. Resgatar suas raízes familiares, conhecê-las, celebrá-las e promovê-las é algo desejável e inspirador, mas é importante tomar cuidado para não banalizar a afirmação política negra e a sua luta. Há pessoas brancas, essas sem nenhum vínculo familiar negro, que são repletas de má fé e dizem que também são negras por causa da miscigenação brasileira. Mas esse argumento é uma farsa: em nosso país, negro é quem é reconhecido pelos outros como negro e, consequentemente, sofre racismo e discriminação social.
O racismo é um problema enraizado desde a formação do Brasil. Há séculos nosso país vem lutando para destruir as heranças culturais africanas e impedir a afirmação política negra de autorreconhecimento racial. Fazemos parte de um país que não tanto tempo atrás tinha abertamente uma política de branqueamento racial, incentivando a entrada de imigrantes brancos para clarear a cor do Brasil. A cultura brasileira deseja apagar o negro da sua história, sob a máscara pretenciosa da miscigenação. Mas a miscigenação também pode ser uma arma de luta e empoderamento: basta nos compreendermos como afrodescendentes, sem perdermos de vista o racismo que sofremos. Quando a face racista da sociedade se revela, não há quase-brancos, quase-negros ou morenos, mas sim pessoas nas quais a negritude foi reconhecida.
Por fim, esse texto sozinho jamais seria capaz de abordar todas as nuances e complexidade do tema. É preciso desbravar a miscigenação brasileira e promover a conscientização sobre o assunto. Que essa seja somente a nossa largada para a reflexão e a realização de novos debates e projetos.

Jarid Arraes é educadora sexual, especialista em sex toys, escreve no Mulher Dialética e no Guia Erógeno.

Carta aberta sobre a Nega do Cabelo Duro


 

Carta Aberta sobre a

A primeira coisa a ser dita é que nada nos preparou para escrever essa carta. Mesmo assim, em nome de mães e pais negros e afrodescendentes, precisamos falar sobre um vídeo de sua responsabilidade postado no youtube. Estou falando de Sofia, Nega do Cabelo Duro, em que uma criança com o rosto pintado de negro interpreta essa famosa marchinha que há muito tempo sabemos ser racista.

Tania,
Acreditamos que a pequena Sofia seja próxima a você, talvez sua filha, sobrinha. Ela aparece gesticulando e fazendo caretas, contrariada enquanto usa vários pentes. Seu cabelo é apresentado como complicado, “difícil”, “duro”. Enfim, não “desmancha nem na areia”. Somente o maior dos pentes, o amarelo, consegue resolver o “problema”. É o “pente que te penteia”.
Imagino também que você, como muitas pessoas, dirá que foi uma “divertida” e “inocente” “homenagem”. Que o objetivo dessa “brincadeira” não foi ofender mulheres (e meninas) negras e afrodescendentes. Só que foi justamente esse o efeito de seu vídeo, e por isso decidimos escrever, para que o preconceito contra nossa pele e nosso cabelo acabe.
Desde a colonização deste país, a pessoa negra é tratada como uma “raça à parte”, como se não fosse incluída na humanidade, como se nossa aparência não fosse “correta”. Como se o “normal” e desejável fosse ser branco, de cabelos lisos. Como muitas pessoas pensaram assim ao longo dos séculos e ainda pensam, o racismo ainda contamina profundamente a maneira como somos mostrados na televisão, nas revistas e também na internet.
A ideia de que ser branco é ser bonito faz com que milhões de mulheres pretas comprem produtos de alisamento e relaxamento para que seus cabelos percam volume, para que se sintam mais “aceitáveis” dentro de um padrão eurocêntrico racista. Assim como ensinou Sofia, nós também somos ensinadas que nossos cabelos são “ruins”, “difíceis de cuidar”. Que não são bonitos e nem práticos. Isso nos destrói por dentro desde muito cedo.
É assim que a autoestima de crianças, adolescentes e mulheres negras é destruída. É assim que, ao invés amar quem somos e nossas origens, aprendemos a odiar nossos corpos, nossos cabelos. É por isso que muitas de nós tentam se parecer com aquilo que o racismo diz que é correto, que é ser limpo, que é ter uma aparência profissional. É por isso que muitas mães alisam os cabelos de suas filhas tão cedo.
Só que, ao longo dos anos, homens e mulheres pretas vem se unindo para lutar contra o racismo. Trabalhamos o conceito de amor e de manutenção de nossas características individuais, que são lindas. Não somente entre nós, como também em nossos filhos, pois percebemos que é muito importante que o nosso povo não aceite tamanha opressão. Que acredite que a cor da nossa pele e a textura dos nosso cabelos não pode interferir na maneira como as pessoas nos enxergam.
Talvez você não saiba, mas pintar o rosto para fazer imitações de pessoas negras é racismo. É divertido para muita gente, mas não para todo mundo. É um tipo de humor que tem aparecido com muita frequência na televisão, infelizmente. Um dos maiores exemplo disso é a Dona Adelaide do Zorra Total. O nome desse tipo de piada em português é Cara preta (Black Face). Aqui você pode ler um ótimo artigo sobre o assunto, explicando com detalhes porque são terríveis.
É o tipo de piada que faz as pessoas pensarem que nós, negros, não somos bonitos, educados e honestos. Que nós, mulheres negras, não temos dentes, que nossos cabelos são feios. É o tipo de piada que ensina às crianças que pessoas negras são fedidas, feias, desagradáveis. Que não é muito bom ter amigos negros. Infelzimente, é quase sempre assim que nós, mulheres negras, aparecemos na televisão.
São essas pequenas grandes piadas que fazem com que as pessoas se esqueçam que nós somos humanos tanto quanto pessoas brancas. E quando as pessoas se esquecem que nós somos humanos, elas se acostumam com o racismo. O racismo, por sua vez, faz com que as pessoas achem normal que nossos jovens morram cedo, que nossas crianças não tenham educação de boa qualidade.
Precisamos dizer com toda sinceridade que estamos acostumadas com esse tipo de piada. Mas seu vídeo é o único que vi até hoje onde uma criança, que provavelmente não tem a menor ideia do que tudo isso significa, faz esse tipo de coisa. Por causa disso, não somos apenas nós, mulheres adultas, que somos motivo de riso. São nossas crianças, nossas filhas.
Falaremos em nome de todas as mães negras e afrodescendentes cujas filhas, infelizmente, serão chamadas de negas do cabelo duro várias vezes ao longo da vida. Certamente um “elogio” que nenhuma mãe gostaria de ouvir. Nós podemos, como mães e pais, combater esse racismo. Mas você também pode Tania, ensinando que esse tipo de brincadeira nunca deveria ser repetida.
Não conseguimos entender até agora que mensagem você tentou passar pra Sofia. Afinal de contas, está claro que a pequena é branca apenas pros padrões brasileiros, porque todo brasileiro se acha MUITO branco, né? Mas na verdade, sabemos que o motivo de seu cabelo ser cacheado é justamente o sangue africano correndo em suas veias, o que faz com que ela seja afrodescendente.
Sinceramente? Seu vídeo é de extremo mau gosto. Estimula crianças a desrespeitarem quem são. Afinal, por que ensinar uma criança a pintar seu rosto de preto, que “cabelo duro” é “coisa de preto”? Por que ensinar uma criança a ser racista? Por que não ensinar que todos os seres humanos nascem diferentes e que justamente por isso somos maravilhosos? Que devemos amar e respeitar quem é diferente de nós, por que é assim que seremos respeitados?
Estamos numa era de transformação, na qual todos os seres humanos se encaixam e devem ser respeitados. Uma época em que todos devemos nos amar como somos, com o cabelo que temos. Ensinar o contrário põe a perder o trabalho de séculos de luta para que seja quebrado de uma vez por todas este estigma de que pessoas negras são “feias”, tem o cabelo “duro”.
Pedimos, por favor, que repense sua atitude com relação a toda a população preta, mas principalmente com uma criança “branca” que está em formação. O racismo, desde o início dos tempos, é coisa ensinada e assim segue seu fluxo. Crianças aprendem em casa e reproduzem na escola o ódio ao preto, traduzido em “brincadeira de criança” para quem pratica, mas uma quebra da autoestima pra quem sofre.
Hoje, Sofia é apenas uma criança, mas um dia vai crescer e entender. Espero que até lá esse episódio triste seja superado. Que ela tenha a oportunidade de viver num Brasil sem racismo e preconceitos de todo o tipo. É o que desejamos para ela, de coração. Porque assim, desejamos para nós mesmas e para todas as nossas crianças negras e afrodescendentes. Agora e no futuro.
Assinam,
Blogueiras Negras
Preta& Gorda
Meninas Black Power
Noivas Crespas
Ong Estimativa
COFEM-LiHS
LiHS SP
Blogueiras Feministas
Marcha das Vadias Curitiba
Nós denunciamos
FemMaterna
Entre Luma e Frida
Mabia Barros
A mulher negra e o feminismo
Larissa Santiago
Fatima Tardelli
Zaíra Mau Humor Pires
Talita Dias
Crespos&Cacheados Assumidos
Feministas do Cariri
FQC – Feminismo Que Cola
Blogagem Coletiva Mulher Negra
Preta Flor

Fonte: Geledés

Assino embaixo!

Segue o link para que voce possa assistir ao vídeo
http://www.youtube.com/watch?v=q_6bmktUQBc&feature=player_embedded

Belíssimos penteados para noivas negras. LUXO!!

Devido a alguns pedidos preparamos essa matéria especial com penteados para noivas negras ou que tenham os cabelos cacheados a crespos.
E não faltou versatilidade! Muitas idéias e opções de belos penteados para ajudá-las a ficar ainda mais bonitas!


As noivas negras em geral são privilegiadas pelo volume/quantidade de cabelo favorecendo muito na hora de escolher o penteado.


Principalmente se a opção for por penteados totalmente presos oferecendo a vantagem de criar belos e elegantes visuais, como mostra algumas opções abaixo!


Os cabelos escuros ainda permitem um destaque especial dos acessórios, tiaras e grinaldas ajudando a literalmente abrilhantar a noiva!
Assim como o contraste de flores brancas também ficam lindíssimas em meio aos cabelos pretos! Apostem na idéia!


E se você tiver belos e definidos cachos pode abusar de um visual incrível no seu grande dia esquecendo as chapinhas e outras técnicas de alisamentos que vão acabar escondendo a beleza natural do seu cabelo afro!
Totalmente soltos ou semi presos com tiaras, outros acessórios ou flores ficam lindíssimos! Mas é importante lembrar que para exibir esse cabelo todo deve estar com o corte ideal e muito bem tratado. Inclusive a cor pode ganhar um charme com o toque de luzes ou mesmo coloração para intensificar a cor e o brilho natural.


Cabelos cacheados ou ondulados também podem ser obtidos com uma boa escova e técnicas para cachear como baby liss que conseguem definir cada cachinho e ao mesmo tempo tira um pouco do volume dos cabelos crespos e armados.


Se você já usa e fica bonita com as tranças de raiz pode-se criar um penteado de noiva muito especial com elas. O cabelo pode ficar total ou parcialmente preso e o ideal é que seja usado com um belo acessório para destacar o look.


Veja abaixo o mesmo penteado com tranças bem fininhas e com dois diferentes acessórios. Outra idéia para esse modelo é a aplicação de flores na lateral e logicamente um lindo véu!


As tranças tradicionais estão sempre em alta e são ótimas opções para a noiva que tem cabelão ou na falta dele um belo aplique resolve o problema.
O elegante rabo de cavalo também nunca cai de moda! Com ou sem franja, mas obrigatoriamente com um lindo acessório para o tornar mais sofisticado para a ocasião. 
E para as noivas que tiverem o cabelo curto separamos abaixo algumas idéias com diferentes tipos de cabelos. 


Como via de regra é "quem tem liso quer enrolar e quem tem crespo quer alisar", também colocamos algumas opções de penteados lisinhos. Com algumas técnicas como por exemplo o atual aplique entrelaçado e alguns cuidados extras a noiva pode aparecer com um look super diferente no dia D. A atriz Taís Araujo que fez muito sucesso com o belíssimo cabelo afro natural na novela "Viver a Vida" também já usou esse estilo lisinho ficando também muito bonita! 

Do Black Power ao lisinho, é extremamente importante que a noiva escolha o tipo de penteado que favoreça o seu rosto a deixando mais bonita, elegante para a ocasião, muito feliz e a vontade nunca deixando de lado o seu verdadeiro estilo. 

E lembre-se de tratar com cuidados especiais os cabelos alguns meses antes do casamento para estarem bonitos, brilhantes e resistentes!
 
 Fonte: Revista Afro Bahia