Todos os temas sob o nosso prisma. A vivencia negra em todos os espaços. Cultura, educação, política, saúde e tudo aquilo que é da nossa conta!
terça-feira, 25 de junho de 2013
Projeto Coletivo Kurima
(Santa Catarina) Projeto Coletivo Kurima comemora dois anos com programação cultural na Universidade Federal de Santa Catarina
Para comemorar os dois anos do projeto Coletivo Kurima – Estudantes Negros e Negras da UFSC, a Secretaria de Cultura (SeCult) da Universidade Federal de Santa Catarina promove no dia 28 de junho, sexta-feira, o Café Ndimba. O evento é uma parceria com o projeto Cine Paredão e será realizado às 20h, no Tempo Ecumênico da UFSC.
Lélia Gonzalez! Magnífica inspiração
Lélia Gonzalez, foi a responsável pela introdução do debate sobre o racismo nas universidades brasileiras e uma das fundadoras do Movimento Negro Unificado (MNU). Participou da criação do Instituto de Pesquisas das Culturas Negras (IPCN-RJ), do Nzinga Coletivo de Mulheres Negras-RJ e do Olodum-BA.
Até a metade dos anos 80, Lélia talvez tenha sido a militante negra que mais participou de seminários e congressos dentro e fora do Brasil.
Suas contribuições de maior impacto foram as que buscaram articular as questões de gênero e racismo. Um de seus textos mais emblemáticos é Racismo e Sexismo na Cultura Brasileira.
" Me graduei em história e filosofia. Fiz mestrado em comunicação, e doutorado em antropologia. Nada mal para uma ex babá."
segunda-feira, 24 de junho de 2013
Lindo de se ver...
- O Diretor Executivo do UNFPA, Dr Babatunde Osotimehin, visitou na tarde de ontem (20) a Mãe Stella de Oxossi, a ialorixá do terreiro Ilê Axé Opó Afonjá e a mais prestigiada líder de religião afro-brasileira da Bahia.
Durante o encontro, eles conversaram em Iorubá, língua falada na África Ocidental em países como a Nigéria, e também usada em rituais de Candomblé, a religião afro-brasileira que teve origem na Bahia com base em tradições de sacerdotes africanos que foram escravizados e trazidos ao Brasil entre os Séculos 16 e 19.
Nelson Mandela em estado crítico!
"A
condição do ex-presidente Nelson Mandela, que ainda está no hospital,
em Pretória, tornou-se crítica," Mac Maharaj, disse em um comunicado.
Ele disse que o presidente Jacob Zuma e o ANC Vice-Presidente Cyril Ramaphosa visitaram Mandela no domingo à noite.
"Eles foram informados pela equipe médica que a condição do ex-presidente tornou-se crítica nas últimas 24 horas."
Zuma e Ramaphosa também se encontraram com a esposa de Mandela, Graça Machel para discutir a condição de Mandela.
"Os médicos estão fazendo todo o possível para melhorar sua saúde e garante que Madiba está sendo bem cuidado ",
disse Zuma, o presidente da Africa do Sul.
"Ele está em boas mãos."
Zuma apelou aos sul-africanos para que continuem orando por Mandela, e para a equipe médica que o está assistindo. -
fonte: Mail & Guardian
domingo, 23 de junho de 2013
Revolta dos Turbantes afirma reivindicações da população negra em manifestaçãao histórica no Rio de Janeiro
TEXTO Vilma Neres ǁ FOTOS Antonio Terra
" Eu não sou bunda, eu não sou peito! Mulher Preta pede respeito!"
"A polícia mata Preto!"
'O Estado mata Preto!"
"Quem não pula é racista!"
"Vem, vem, vem pra rua contra o racismo!"
“ Quero cotas iguais e não
diferentes! (…) Essa reparação já passou da hora, não desisto, pois eu
sou um negro quilombola. A força do Ilê nos conduz nessa trajetória.
Esse país aqui foi feito por nós, ninguém vai mudar ou calar a nossa
voz! (…)”
O trecho acima da música “A bola da vez” do Ilê Aiyê noticia
o sentimento do grupo “Revolta dos Turbantes”, formado por estudantes,
professores, fotógrafos, jornalistas, cientistas sociais, geógrafos
etc., sendo todos esses jovens e adultos negros*
participaram do último protesto sucedido no dia 20 de junho de 2013 na
cidade do Rio de Janeiro, em afirmação e reivindicação das pautas
de demandas da população negra local. Sensibilizados com a falta de
representação de pessoas nas últimas manifestações em favor das questões
que atingem essa população, um grupo de aproximadamente 200 pessoas
juntou-se ao mar de gente que cobria as quatro pistas de trânsito numa
extensão de 3,5 km da Avenida Presidente Vargas.
“Revolta dos Turbantes” formaliza o encontro entre jovens e adultos. Alguns desses, a exemplo de Adélia Azevedo, os fotógrafos Januário Garcia, José Andrade e do produtor audiovisual Umberto Alves, também foram às ruas durante o regime militar, protestaram a favor das Diretas Já e pelo impeachment de Collor,
em 1992. Esse encontro, consolidado no dia 20, foi político.
Inicialmente motivado pelos jovens, Júlio Vitor e Rodrigo Reduzino,
através do facebook e mais efetivamente no dia 19 em uma reunião
presencial sediada no pátio do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais
da Universidade Federal do Rio de Janeiro – IFCS/ UFRJ, Centro da
cidade. “Revolta dos Turbantes” caracteriza um encontro também
simbólico e estético, em que quase todos adornaram suas cabeças com
turbantes em valorização da ancestralidade africana. Do mesmo modo que
representa o grito pelas demandas da população negra, iniciado defronte à
Igreja da Candelária, onde velas foram acesas em memória dos jovens
mortos durante a chacina de 1993.
A lista de pautas exigidas, ao Estado e à
sociedade brasileira, espelha a invisibilidade de negros e a violação
de seus direitos nos mais diversos setores do país. Essas reivindicações
abarcam até mesmo os direitos fundamentais, ainda inexistes em algumas
regiões do país, como o acesso à saúde, educação e moradia digna. Entre
outras demandas específicas da população negra, como em apoio a PEC das
domésticas; contra o extermínio da juventude negra; pela demarcação e
titulação das terras de Quilombo e Indígenas; pela efetivação da Lei
10.639/2003 e 11.645/2008 que instituem o ensino da história africana,
afrobrasileira e indígena no currículo escolar; respeito às
religiosidades de matriz africana; pelo acesso à renda e ao mercado de
trabalho; contra a remoção de famílias em áreas onde há especulação
imobiliária; contra o Estatuto do Nascituro; pela desmilitarização da
PM; contra a redução da maioridade penal; pelo fim do racismo no SUS.
O fotógrafo José Andrade (Zezzynho),
também militante desde os idos do regime militar relembrou emocionado a
manifestação de 1988 durante o Centenário da Abolição,
em que foram impedidos de ultrapassar o monumento Pantheon Duque de
Caxias, localizado na Avenida Presidente Vargas. “Esse grupo de jovens,
que ordeiramente acompanhou toda a manifestação, com palavras de ordem
as quais de desejo e de desabafo sobre o sistema, deu essa resposta ao
atravessarmos o Pantheon”, conta. Disse ainda se sentir com a alma
lavada e a sensação de dever cumprido com a Revolta dos Turbantes.
Andrade citou alguns nomes dos que eram jovens naquela época e que se
fizeram presentes nessa última manifestação, a exemplo de Marcos Romão,
Januário Garcia, Adélia Azevedo, Spirito Santo, Aderaldo Gil, e mais
alguns outros que estiveram presente compartilharam esse momento.
Assim como os demais manifestantes que
coloriram a Avenida Presidente Vargas no início da noite do dia 20,
durante o ato da “Revolta dos Turbantes” foram entoadas as seguintes
mensagens, direcionadas aos demais manifestantes que lá protestavam por
causas específicas, não somente pelo direito ao passe livre:
"A polícia mata Preto!"
'O Estado mata Preto!"
"Quem não pula é racista!"
"Vem, vem, vem pra rua contra o racismo!"
terça-feira, 18 de junho de 2013
Pro dia nascer feliz!!
Eu estou feliz. Voces, jovens e aguerridos manifestantes, fizeram meu coração rejuvenescer mais de 20 anos. Eu voltei no tempo, e sorri, e chorei, e pensei onde foi que nós erramos, e pensei que nem esperava mais ver uma lindeza destas, no meio de tanta informação e esquecimento do que realmente é importante. Eu pensei que nossos jovens tivessem uma massa de informação diferente, sem ideologia. Eu estou muito feliz por ter errado. Voces são lindos, fortes, valentes, inteligentes, articulados. Lamento muito pelas depredações e pelas vítimas, civis e militares. Acho até que algo pode ter sido orquestrado. Acho mesmo que exista uma mobilização para desqualificar os protestos. Mas minha maior alegria hoje é ver que voces jovens estudantes e trabalhadores, diferentemente do que foi planejado pela lógica perversa do sistema, não caíram na esparrela da alienação imposta pela aculturação, o consumismo, a mídia sem conteúdo. Que Deus proteja a todos voces, que retornem aos seus lares em segurança. Que aqueles que se viram impedidos de retornarem do trabalho em virtude dos protestos, também cheguem em casa em segurança. Entendam: era necessário. Que todos nós tenhamos uma boa noite. E como cantou o poeta da minha geração, é pro dia nascer feliz!
segunda-feira, 17 de junho de 2013
Reunião do CENIERJ em Itaocara foi demonstração de construção, força e determinação!
A reunião de avaliação do 48 Encontro do CENIERJ, aconteceu no último final de semana na linda e acolhedora cidade de Itaocara. As lideranças de várias entidades de Movimento Negro foram recepcionadas pela presidente do CENIERJ Ivonete Mendonça, e pelos briosos e estóicos Marechal e Marcelo, presidente e vice presidente do Movimento Negro de Itaocara, respectivamentes.
Num ambiente bucólico e muito acolhedor, as instalações do Hotel Zezé, tendo a frente a socióloga Thereza, remetiam a todos os presentes a lembranças de um Brasil colonial, o que para o povo negro, em si, já foi extremamente inspirador.
Tendo como pauta, além da avaliação, novas propostas de construção e mobilização, além das questões que cada entidade vem atravessando em seus municípios de origem, o foco na produção de projetos para nossos jovens negros foi tema que permeou todas as falas. Na oportunidade, o GRIOT, instituição de Arraial do Cabo que atua com cultura, arte e educação afro-brasileira, foi aceito pela plenária como novo membro do CENIERJ, conforme rege o Estatuto.
A verdade é que hoje está sendo quantificado o número de extermínio de jovens negros no Brasil, realidade perversa produzida pela ausencia de verdadeiro interesse do poder público para resolver o cerne desta questão, que é de nosso conhecimento desde sempre. Esta é a nossa realidade.
Escrevendo estas linhas num momento em que me sinto orgulhosa pelo poder de articulação política apartidária dos jovens no Brasil inteiro, que demonstram de maneira clara que a alienação proposta fracassou, ouso afirmar que nossa militância construída ao longo de dolorosos anos de muita luta e muita indignação não existe em vão. Precisamos viver uma nova maneira de pensar e respeitar.
Avante, CENIERJ.
Estamos no caminho certo!
Professor Maurício, Movimento Negro de Saquarema
Nesta foto Eliane de Friburgo (ao centro) ao
lado de sua irmã Ilma,analisa documentos. Contribuição criteriosa e
inteligente, sobre a questão estatutária do Conselho de Entidades Negras do Interior do Estado do Rio deJaneiro. A direita, nosso poeta cabofriense Manoel Justino.
Na foto João Leite do Movimento Negro de
Caxias, usa palavra sob o olhar atento da mesa dirigente dos trabalhos.
Aglaia Olegário, secretariando com muita competencia a reunião.
Uma plenária bastante descontraída produziu um grande momento na proposta de reconstrução do CENIERJ
Diretoria do Movimento Negro de Arraial do Cabo
João Félix,além de representante do MCPCN também recebeu a delegação de Movimento de Concientização de Volta Rendonda para representar aquele Município. Na foto, ao lado de representantes de Saquarema e Nova Friburgo.
Margareth Ferreira e Josimaria,atentas e descontraidas,participaram da reunião de Itaocara contribuindo de forma incansável. Novos rumos calcados em grandes vivencias.
A impagável elegancia do companheiro Americano, do Movimento Negro de Mesquita, com seu poder da palavra certa e seu bom humor contagiante.
Marechal, presidente do Movimento Negro de Itaocara. Um homem de palavra firme, de conduta séria, companheiro inestimável nesta nossa caminhada no CENIERJ. Obrigada pela excelente recepção, acolhedora e muito produtiva.
Ao centro, Ivonete Mendonça, presidente do CENIERJ. Incansável na luta pelo resgate das nossas tradições, mas com foco no trabalho forte para a construção de um futuro melhor para o nosso povo.
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